sexta-feira, 19 de agosto de 2011

33 Semanas

Trinta e três semanas volvidas e aparentemente ainda assim não chegaram para a Rita Catita dar a cambalhota e se preparar para o grande salto. Continua de lado e o espaço sempre a diminuir tornando cada vez mais difícil fazer o pino. A continuar assim estamos a olhar para uma cesariana.
Se realmente a Ritinha continuar irredutível, ao menos que mantenha essa filosofia até à adolescência e quando os maguerefes vierem rondar a porta à procura de umas "cambalhotas" que os mande "cambalhotar" com a tia deles.

Esta semana nas aulas de preparação para o parto, o tema central foi o temperamento das crianças.
Quando eu era ainda um petiz havia putos mongas e putos traquinas, havia os morcões e os reguilas, os assim assim e uma classe muito à parte, os pidés. Hoje em dia, com o avanço da tecnologia e dos estudos científicos reduziram-se todos estes géneros a três: As crianças de temperamento fácil, as de temperamento difícil e as de temperamento misto.
De acordo com os mesmos estudos, as crianças de temperamento difícil devem ser "conduzidas" em vez do tradicional "contrariar". Vou dar um exemplo:
- A criança A é difícil e cisma que quer brincar com a faca de cozinha. A mãe deve pegar num brinquedo e convencer a criança que este é bem mais interessante de modo a que esqueça a faca.
Custa-me a entender aqui uma coisa. Porque é que a criancinha não pode ouvir um não? Vai ficar traumatizado? Vai crescer sob a premissa que deve abrir mão de algo apenas se encontrar algo melhor?
Parece que já o estou a ver na adolescência. Como é que a mãezinha vai resolver todas as situações em que o menino levar com um não?
- Ó mãe, a Joaninha não quer namorar comigo!!!
- Deixa lá meu amor, toma lá 20 euros e vai ás "meninas" que são bem melhores.
- Ó mãe, O Manel não me deixa andar no carro dele!!!
- Deixa lá meu amor, vai de autocarro que é bem melhor.
- Ó mãe, o pai está lá em cima no quarto com a empregada!!!
- O quê???
- É... Segundo ele é bem melhor...
Pelo amor da Santa gente, os catraios não são um jogo de louça chinesa. Eles aguentam um não, eles precisam de ouvir nãos para se desenvolver. Precisam de pensar em formas de resolver os seus próprios problemas, arranjar soluções para as suas necessidades.

Essa filosofia do reforço meramente positivo funciona lindamente nos seminários, quando aplicada á prática cria jovens chatos e mimados, meninos que vivem agarrados á saia da mãe. Não admira que hoje em dia os putos tenham quinhentas actividades extra-curriculares. Quanto mais tempo estiverem ao cuidado dos outros, mais sossego dão aos pais. Nunca viram uma destas crianças? Já viram já. São aqueles fedelhos que gritam imenso em locais públicos, que fazem birra no super-mercado e têm dificuldade em interagir com as outras crianças, aqueles que correm por entre as cadeiras dos restaurantes sob o olhar impotente ou até mesmo desinteressado dos pais.

Aqui podem ler um artigo sucinto mas certeiro acerca deste assunto.

Esta semana voltamos a levar um susto com vestígios de sangue. Nós sabemos que não são razão para alarme mas a verdade é que daquele friozinho na espinha ninguém nos livra.

Há já umas semanas que tenho vindo a notar que ando com o pavio cada vez mais curto. Qualquer coisa me irrita, a besta do carro ao lado, o senhor que não gosta de cães e a senhora que faz dez operações seguidas no multi-banco quando tem uma fila de cinco metros atrás de si. Começo a sentir uma tensão interior, uma necessidade de espancar alguém que nem é bom pensar. Bom, mas entendidos no assunto garantem-me que é normal, é uma espécie de tensão pré-parto que após o mesmo é substituída por um estado igualmente intenso de alegria e vontade de abraçar toda a gente, o bacano do carro ao lado, o senhor que não gosta de cães mas é uma jóia com as crianças e a senhora que podia ter feito vinte operações na caixa automática mas que optou por fazer apenas dez.
Pelo sim pelo não mantenham-se a distância e se tiverem mesmo que se aproximar... Primeiro perguntem se é seguro!

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