quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

9 semanas

Já tinha ouvido dizer por aí que as mulheres mudam com a gravidez, mas sempre pensei duas coisas: Primeiro, que fosse para melhor, não que me queixe. E depois que na realidade fosse um exagero usado pelas pessoas para florear a gravidez. Não é!
Não reconheço a F. Anda sempre morta de fome. Ok, é normal. O caganito come tudo e ainda pede mais.
O que não é normal é o que acabou de acontecer. Hoje após o jantar abri o frigorífico onde encontrei um pudim, que por sinal era o último de uma família de oito, e dos quais nunca conheci nenhum. Por descargo de consciência, perguntei-lhe - "Posso comer este pudim?" Convencido que me diria que sim. É porque disse... Foi busca-lo e abriu-o. Alinhando na piada (pensava eu) ainda abri a gaveta dos talheres e cheguei-lhe uma colher. Enquanto fui ligar a máquina de café e olhei de novo, o pudim já ai a meio. Perguntei-lhe: "Vais mesmo ter coragem de comer isso tudo?". Olhou para mim com os olhos raiados e as bochechas cheias de ar protegendo o que restava do pudim como uma fêmea protege a sua cria. Nem disse mais nada, bebi o meu café e afastei-me silenciosamente...

P.S. Talvez tenha exagerado um pouco (muito) na parte dos olhos raiados e das bochechas cheias de ar, mas o resto é verdade, verdadinha. Até teria achado piada ao episódio se não tivesse ficado com os olhos no raio do pudim. Será que também ando com desejos?

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

8 semanas

E pronto, não sei como aconteceu, mas aconteceu. Tínhamos combinado não contar a ninguém por enquanto. Talvez uma ou outra pessoa mais próximas, mas não mais que isso. Não sei como nem como não, mas quando dei fé toda a gente já sabia. Dei comigo numa busca desenfreada por alguém a quem a F. ainda não tivesse dado a novidade. Os Silva já sabiam, os Mineiros também. Os Fonte? Sabiam há décadas.  As meninas entre Sintra e Pombal, passando por Porto de Mós, Alcobaça e Pataias já estavam a par. Os meus sogros já faziam planos. Tinha que contar a alguém, nem que fosse um estranho. Devia haver alguém em Portugal a quem eu pudesse ter o prazer de dizer que tinha um porta-chaves a caminho (porta-chaves porque é pequenino e quando nascer vai ser impossível entrar ou sairmos de casa sem ele). Lá consegui encontrar duas ou três pessoas que não sabiam e não foi preciso abordar um estranho.
Começam as apostas se será catraio ou catraia. Fico pasmado com a evolução da ciência. Não é que há gente que jura a pés juntos que com um fio de cabelo e uma aliança conseguem dizer o sexo do caganito (ou Alien como a F. carinhosamente lhe chama por devorar tudo que ela mete à boca)?
Começa a notar-se a barriguita da F. e que devo dizer, a torna ainda mais irresistivel. Como hei-de explicar? Está fófinha. Suponho que seja natural, um sinal da natureza da emoção parental a exercer o seu imenso poder sobre mim (ou isso ou é taradice mesmo). Em qualquer dos casos, antevejo uns meses difíceis...
O Bobi continua a espera de um nome digno. Na ausência de uma sugestão aceitável, chamar-se-á... Jerónimo!
Estamos a semanas da próxima ecografia, o tempo parece que não avança. E que não avance, quem se importa? Eu não. Vai parecer lamechas mas quero desfrutar de cada momento...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Nome precisa-se


Acho que todos os que já passaram por este espaço de alguma forma e em alguma altura já adivinhavam que eu pedir auxílio neste capítulo era uma questão meramente temporal. A escolha é tão vasta e tão dificil de optar que não o conseguirei fazer sozinho. Já vi na internet, já pensei nas opções tomadas pelos amigos e conhecidos, eu sei lá! Desisto. Não o consigo fazer sozinho!
Vou então pedir o vosso auxílio nesta tarefa. Qual é a tarefa? O Nome!!!
Vou pedir que sugiram, ao vosso gosto, como se fosse vosso. Coloquem-se no meu lugar e pensem - "Que nome lhe hei-de dar?", "Que nome lhe assentaria bem?", "Que nome gostaria de ouvir as pessoas chamar ao passear com ele orgulhosamente pela rua?"
Sei que é muito pessoal o que vos peço e não vos prometo que vá escolher a vossa sugestão, ou até alguma das sugestões apresentadas, mas prometo que olharei para elas com carinho. Isso é garantido!
Até porque já escolhi a meu gosto uma vez e saiu o que saiu... Bobi? Bobi??? Onde é que eu estava com a cabeça para identificar neste blog o meu amigo patudo como Bobi???
Nome precisa-se... Para o pobre do Bobi !!!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

7ª semana - 1ª Ecografia

Hoje foi dia da primeira visita ginecológica. Afinal não eram cinco semanas, eram sete. Houve sessão de esclarecimento e uma sessão fotográfica. Calha bem que até gosto de fotografia... Que tal esta foto como prenda de dia de S. Valentim? (não acredito que acabei de dizer isto) E não é que o feijãozinho já tem cinco milímetros?


Bom, a verdade é que não se vê praticamente nada, admito, mas vá,  estou contente na mesma. Vamos pensar nisto como arte abstracta, cada um vê o que quer e eu vejo um gajo muito bem parecido que há-de ser jogador da bola. Se inclinar uns 15 a 20º a cabeça e vir de outro ângulo já vejo uma catraia giríssima que me vai pôr a cabeça em água. Aqui o Bobi é que deve ver um frango assado ou coisa similar pois já tentou comer as fotos duas vezes...

No que respeita aos esclarecimentos, aqui sim, há coisas muito importantes a reter. Brevemente as maminhas da mamã vão ficar assiiiimmmm (imaginem-me com as mãos abertas e afastadas cerca de meio metro, cara de parvo e olhos esbugalhados) e que o sexo durante a gravidez tem benefícios. Tem benefícios para a mãe pois ajuda no parto e ajuda o pai... Ajuda o pai... Evitando que este se meta no álcool ou pior ainda, evitando que corte os pulsos.
E por falar em álcool, brevemente disponibilizarei a receita da sangria de frutos vermelhos que esteve na base de toda esta história...

5 semanas


Estamos neste momento com cerca de cinco semanas. Há cerca de duas semanas atrás, tiveram lugar algumas alterações na rotina biológica da F. Como hei-de explicar? Imaginem que são donos de uma mercearia com um dia-a-dia rotineiro. E que há um cliente que todos os meses, mais dia menos dia, religiosamente aparece para fazer as suas compras mensais. Agora imaginem que há um determinado mês em que esse cliente não aparece... Qual é a primeira coisa que nos vem à ideia? Há aqui qualquer coisa fora do normal... Especialmente quando ao fim de uma semana o cliente ainda não deu a cara. Não sei se me estou a fazer entender...
Bom, perante este cenário, compramos um teste na farmácia que nos ajudasse a esclarecer a dúvida para a qual  cientistas de todo o mundo têm vindo a tentar encontrar resposta - Será que estamos sós? Ou haverá por aí mais alguém?
O resultado foi esclarecedor, dois riscos bem delineados e conclusivos! Nesta fase vou dar uma pequena ajuda ao leitor masculino que está mais perdido que uma testemunha de Jeová num clube nocturno. Para quem não sabe, assim como eu não sabia, os testes farmacêuticos tem dois pequenos espaços, um que diz se o teste foi ou não bem feito e o outro diz se "a coisa" foi ou não bem feita (já começam a ser muitas metáforas para um único post, doravante vou tentar ser mais directo). Conclusão?
Sem riscos - Teste mal feito, coisa mal feita ou não (compra novo teste)
Um risco - Teste bem feito, coisa mal feita. (tenta de novo)
Um risco forte e um risco fraco - Teste bem feito, coisa provavelmente bem feita (Vai ao médico)
Dois riscos fortes - Teste bem feito, coisa bem feita e tu... Estás feito!
Adivinhem lá o que nos saiu na roleta...
Bom, consulta no médico de família... Confirmado! Consulta na ginecologista... Confirmado!
Amanhã será a consulta com a Ginecologista, com sorte vai haver foto!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Apresentações


Bem, se calhar então para início de conversa, é conveniente apresentar o clã. Prossigamos então.
Á futura mãe vamos carinhosamente chamar de... F. (nome fictício). Recentemente chegada à casa dos trinta, embora cosmopolita, gosta da natureza e animais e tem o relógio biológico mais parado que um funcionário público em dia de greve. Mais parado que isto andava para trás. Fã de Horatio Cane e do Clã McLeod, sonhava que a ciência evoluísse de tal modo que se um dia tivéssemos um herdeiro, pudesse ser eu a ter as dores.
Depois temos o cão da família que daqui em diante será pomposamente chamado de Bobi! O nome do primeiro cão da história moderna Portuga, fica sempre bem a qualquer patolas sendo considerado até em certas culturas sinal de um domínio inquestionável sobre o animal. Bobi é nome de cão macho.
Então... O Bobi é cão para uns trinta quilos, gosta de biscoitos, roubar comida e acima de tudo adora sodomizar almofadas, peluches e mantas amarrotadas. Pela atitude altiva que impõe na presença de gatos, cães grandes e mulheres feias, suponho que sonha um dia vir a ser chefe de matilha ou revisor do metro.
E sobro eu, o individuo que, se tudo correr bem, conseguirei provar ser uma vitima de um acto sexual que correu bem demais. Trintão (forma embelezadora de dizer que já passei a barreira dos vinte) e adepto de um clube que a Liga Portuguesa de Futebol se recusa terminantemente a reconhecer, adormeço a ver futebol, excepto se der pancadaria na bancada. O meu grande sonho é um dia vir a ser membro de um clube ecléctico e privar com excêntricos que bebericam whisky mais velho que eu e que cheiram a mofo misturado com lavanda. E que mantenham relações secretas com betinhos de cabelo à playmobil, que conduzem carros de mudanças automáticas e que riem lenta e educadamente elevando ligeiramente a parte superior do nariz como se fossem porcos. Esta nem era a minha primeira escolha, mas com o passar dos anos percebi que nunca iria privar e fazer coisas malcriadas com a Angelina Jolie ou ter um cão inteligente ao ponto de me trazer cervejas e amendoins. Tenho a pairar sobre mim a velha obrigação de provar que um puto de bairro pode um dia criar uma criança, sem fazer dele(a) um(a) marginal.

Vai chamar pai a outro


Ora então olá a todos os leitores deste blog. Aos que vão ler este primeiro post e nunca mais vão voltar, aos resistentes que darão o benefício da dúvida e voltarão uma segunda vez e aos que virão no futuro, desaparecendo mais cedo ou mais tarde.
Tenho encontrado em abundância por essa internet fora sites e blogs de apoio à mulher gestante mas nenhum que preste auxílio ao pai. Assim, de uma necessidade social premente, nasce o "Vai chamar pai a outro". Vamos  acompanhar uma gravidez , nomeadamente a minha (Sim, o pai também engravida. Pelo menos sente as dores. As dores de cabeça de aturar a futura parturiente , as dores de costas de alombar com as compras porque as grávidas não podem fazer esforços e dores de estômago de ingerir tanto alimento saudável).
Pensem neste blog como uma linha de apoio. Um espaço vedado a feminismos, em que o pai não é apenas o que "ficou com a parte boa". De gajo para gajo, este é o nosso porto de abrigo!
A gravidez é um período difícil para a mulher, mas também o é para o homem e é precisamente isso que vamos provar durante os próximos meses. Se à data do parto tivermos conseguido tirar algum proveito das linhas que aqui forem escritas, então já não foi um desperdício total e ficarei deveras surpreendido.