domingo, 13 de fevereiro de 2011

Apresentações


Bem, se calhar então para início de conversa, é conveniente apresentar o clã. Prossigamos então.
Á futura mãe vamos carinhosamente chamar de... F. (nome fictício). Recentemente chegada à casa dos trinta, embora cosmopolita, gosta da natureza e animais e tem o relógio biológico mais parado que um funcionário público em dia de greve. Mais parado que isto andava para trás. Fã de Horatio Cane e do Clã McLeod, sonhava que a ciência evoluísse de tal modo que se um dia tivéssemos um herdeiro, pudesse ser eu a ter as dores.
Depois temos o cão da família que daqui em diante será pomposamente chamado de Bobi! O nome do primeiro cão da história moderna Portuga, fica sempre bem a qualquer patolas sendo considerado até em certas culturas sinal de um domínio inquestionável sobre o animal. Bobi é nome de cão macho.
Então... O Bobi é cão para uns trinta quilos, gosta de biscoitos, roubar comida e acima de tudo adora sodomizar almofadas, peluches e mantas amarrotadas. Pela atitude altiva que impõe na presença de gatos, cães grandes e mulheres feias, suponho que sonha um dia vir a ser chefe de matilha ou revisor do metro.
E sobro eu, o individuo que, se tudo correr bem, conseguirei provar ser uma vitima de um acto sexual que correu bem demais. Trintão (forma embelezadora de dizer que já passei a barreira dos vinte) e adepto de um clube que a Liga Portuguesa de Futebol se recusa terminantemente a reconhecer, adormeço a ver futebol, excepto se der pancadaria na bancada. O meu grande sonho é um dia vir a ser membro de um clube ecléctico e privar com excêntricos que bebericam whisky mais velho que eu e que cheiram a mofo misturado com lavanda. E que mantenham relações secretas com betinhos de cabelo à playmobil, que conduzem carros de mudanças automáticas e que riem lenta e educadamente elevando ligeiramente a parte superior do nariz como se fossem porcos. Esta nem era a minha primeira escolha, mas com o passar dos anos percebi que nunca iria privar e fazer coisas malcriadas com a Angelina Jolie ou ter um cão inteligente ao ponto de me trazer cervejas e amendoins. Tenho a pairar sobre mim a velha obrigação de provar que um puto de bairro pode um dia criar uma criança, sem fazer dele(a) um(a) marginal.

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